O vice-presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social, Paulo César Regis de Souza, admitiu hoje que houve aumento de 10,24% na concessão de benefícios no período de jan-jul de 2016, em relação à jan–jul de 2015, acrescentando que a expansão foi ainda mais acentuada em termos de valores, alcançando 26,46% , acrescentando que esta forte expansão em termos de quantidade e valor se deu principalmente face às constantes provocações do ministro chefe do gabinete Civil do governo Temer, sr. Eliseu Padilha, ameaçando os segurados contribuintes com uma reforma da previdência social que atingirá os direitos adquiridos e alterará a idade mínima.

“Não há explicação, disse: é bem verdade que no primeiro semestre de 2015 a greve dos servidores e dos peritos do INSS inibiu fortemente a concessão de benefícios (aposentadorias, pensões, auxílios, tanto previdenciários e acidentários quanto assistenciais) que foi 16,46% menor em termos de quantidade em relação a 2014 e de 8,14% em termos de valor. Em 2014, foram concedidos 5.211.030 benefícios no valor de R$ 5,4 bilhões de reais, com valor médio de R$ 1.052,62. Em 2015, com a greve foram concedidos 4.344.701 benefícios no valor de R$.5,0 bilhões (R$ 400 milhões a menos), no valor médio de R$ 1.159,68.

A forte expansão de 2016 vem causando preocupação com a possibilidade chegar a 6 milhões de concessões. “A pressão é grande nos postos do INSS, disse. Nós da ANASPS estamos sendo informados que os servidores estão sendo pressionados pelas centrais de atendimento remoto que também tiveram crescimento no número de chamadas. De janeiro a julho deste ano, foram concedidos 3.070.550 benefícios no valor de R$ 3,9 bilhões (quase R$ 4 bilhões) no valor médio de R$ 1.298,00 tendo ultrapassado R$ 1,300,00 em junho, para um salário-mínimo de R$ 880,00.

Apresentando dados do DatANASPS, que é o centro de dados previdenciários da ANASPS, Paulo César Regis de Souza revelou ainda que este ano mais de 5 milhões de pedidos de benefícios deram entrada nas agencias do INSS de janeiro a julho deste contra 7,8 milhões em todo o ano de 2015.  Foram solicitados 2,5 milhões de benefícios acidentários por incapacidade incluindo auxilio doença e outros 2,5 milhões de benefícios previdenciários. Do total, foram concedidos 3,0 milhões e 2,0 milhões foram indeferidos especialmente nos benefícios por incapacidade.

Para o vice-presidente da ANASPS o governo cometeu uma grave falha de comunicação ao anunciar um projeto de reforma da Previdência Social, depois de implodir o Ministério da Previdência Social, e sem medir as consequências de seu gesto. Lembrou que o governo anterior depois de criar um Grupo de Trabalho interministerial para uma reforma da previdência, pedida pelo mercado, mandou um projeto ao Congresso com alterações nos benefícios, especialmente, nos benefícios por incapacidade e nas pensões, e no freio das desonerações, que foi desfigurado pelos senadores e deputados, produzindo poucos resultados práticos.

O Presidente Temer mandou que seu chefe do gabinete civil conduzisse uma nova reforma na idade mínima sem nenhuma transparência por exemplo na extinção definitiva do fator previdenciário 2, implantado no governo Dilma. “ O mais grave é que, sem acordo com as centrais sindicais e os partidos políticos, aterrorizou os 65 milhões de segurados do INSS, acenando com o inferno para todos eles. Preocupados com a incerteza, os segurados estão tentando se aposentar, temendo o pior de uma reforma que será inútil, pois está mexendo nos efeitos sem se preocupar com as causas dos problemas de caixa do INSS”.

Brasília, 20.09.2016

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