Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que os planos de saúde individuais foram reajustados em 382%, entre 2000 e 2018. O percentual é mais do que o dobro da inflação do setor de saúde, 180%, excluindo os planos da taxa. A pesquisa mostra ainda que os aumentos registrados nos planos foram muito superiores à inflação geral da economia medida pelo IPCA (208%) no período.

De acordo com a conclusão do estudo do Ipea, há falhas na regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O Instituto afirma que a política da agência não foi capaz de proporcionar a redução de custos, reduzir a assimetria de informação entre usuários e operadoras, nem estimular a eficiência do setor.

“A grande discrepância entre a inflação dos planos de saúde, a taxa do setor e a inflação geral mostra que há uma anomalia. Não é uma jabuticaba em que a taxa setorial seja mais alta que a inflação geral, mas uma discrepância grande num setor regulado. Isso mostra uma falha regulatória. Ela pode ser explicada pelo fato de o benchmarking (avaliação) para o cálculo do reajuste dos planos individuais no período ser baseado em preços livres dos contratos coletivos, e pela captura da ANS, como aponta estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ” ressalta o economista Carlos Ocké-Reis, um dos autores do estudo.