Servidores realizam marcha em defesa do setor público em Brasília; Anasps acompanha

Na manhã desta quarta-feira (17), servidores públicos federais de todo o país se mobilizaram em Brasília (DF), para a Marcha Nacional em Defesa do Setor Público. Os manifestantes protestaram contra o posicionamento do governo federal quanto ao reajuste salarial da categoria e solicitaram melhores condições de trabalho. A Anasps acompanhou tudo.

Caravanas de servidores oriundas de diversos estados brasileiros se concentraram em frente à Catedral Metropolitana de Brasília. Depois, às 10h, os servidores marcharam ao longo da Esplanada dos Ministérios, passaram em frente ao Congresso Nacional e concluíram a caminhada no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), onde solicitaram à ministra Esther Dweck, reajustes salariais ainda no ano de 2024.

“Nós ficamos praticamente com o mínimo do mínimo, não estamos conseguindo sobreviver com o que ganhamos mais. É isso que estamos pleiteando, que (o governo) busque a correção para a gente continuar. Nós estamos na base, sabemos como está difícil lá”, disse Luis Carlos, servidor do Ministério da Saúde.

“Chegamos a ganhar dez salários-mínimos. Hoje eu estou com um salário-mínimo e meio. Eu tenho colegas que ganham dois salários-mínimos. Chegamos a uma altura em que não temos mais condições” completou.

O governo federal ofereceu, na última reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), realizada na última quarta-feira (10), reajustes nos benefícios – sem incluir qualquer aumento linear aos servidores. São eles:

  • O auxílio-alimentação subiria dos atuais R$ 658 para R$ 1 mil;
  • O per capita da saúde suplementar, de R$ 144 para R$ 215;
  • e o auxílio-creche, de R$ 321 para R$ 484,80.

“Vamos aguardar a negociação. Se for de acordo, vamos aceitar. Se não for, continuamos (com a mobilização)”, disse José Paixão, servidor da educação.

Inicialmente, o governo deu um prazo para resposta referente aos reajustes dos benefícios até a última segunda-feira (15). No entanto, o período foi ampliado até a próxima sexta-feira, uma vez que muitas entidades não votaram a proposta em assembleia.

“Nós precisamos de um salário digno para, quando nos sairmos das nossas casas e renunciarmos nossas famílias e amigos, oferecermos um serviço de qualidade. O que compensa isso é o salário. Se eu colocar meu filho na escola, dar melhores condições (de vida) a ele, eu não me preocupar ou ter que fazer uma outra atividade. É o que reconhece, respeita e eleva o profissional”, declarou Carlo Romano Cordeiro do Nascimento, também servidor da educação.

 

Previdência Social