Após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmar que a proposta de que a idade para aposentadoria de mulheres e homens sejam igualadas é um pleito feminista, grupos ligados à luta pela igualdade se opuseram ao argumento do parlamentar. A deputada Erika Kokay (PT-DF) publicou, em sua página do Facebook, uma nota de repúdio à fala de Maia. Ela afirmou que igualdade é dar tratamento diferenciado para os desiguais. Essa postagem foi apagada menos de duas horas após a publicação.

A editora da revista Azmina, publicação online voltada para os direitos das mulheres, Nana Queiroz, afirmou que as desigualdades ainda existem no mercado de trabalho e na distribuição do serviço doméstico. A jornalista ressaltou que enquanto os salários das mulheres forem 30% menores em relação ao salário dos homens, não se pode falar de equiparar a previdência como medida de justiça de gênero.

Natália Mori, assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA), afirmou que é falaciosa a fala de Rodrigo Maia. Ela reforça o argumento de que ainda existem grandes desigualdades no mercado e o diferencial do tempo de contribuição e idade da aposentadoria é o único mecanismo a reconhecer a divisão sexual do trabalho.