Ministro do Trabalho fala em crescer a receita da Previdência

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, comentou sobre vários assuntos. Entre eles, o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320 a partir de maio e seus eventuais impactos nas contas públicas. Em relação a isso, o chefe da Pasta falou em crescer a receita da Previdência: “O pessoal só consegue enxergar um lado dessa conta. Sempre convoco meus colegas da área econômica, especialmente os técnicos, a enxergar os dois lados. O ministro (da Fazenda) tem uma boa visão sobre isso. Eu e o (Fernando) Haddad estamos ali, afinadinhos. Vai dar custo? Vai. Mas vai impactar na receita. Temos de apostar que vamos ter crescimento de receita para suportar o crescimento de despesa”.

Luiz Marinho afirmou, ainda, que a desoneração da folha salarial pode ser utilizada, desde que se resolva o financiamento da Previdência: “Quando se fala que o déficit da Previdência é X e há contestação, é preciso entender: quais eram as bases de financiamento da Previdência? Os empresários querem desonerar; muitas vezes o Tesouro fala: ‘Vamos desonerar para ajudar. Compense essa receita que a Previdência está perdendo para dizer que tem déficit’”.

Marinho também explicou a declaração do ministro da Previdência, Carlos Lupi, sobre o déficit da Previdência: “Ele (Lupi) está usando esse ponto de partida: ‘cadê’ a base constitucional de financiamento da Previdência, que já foi fatiada várias vezes, inclusive nos nossos governos? Desonera isso, desonera aquilo. De onde sai? Da Previdência. Como se compensa? Quem banca a aposentadoria do trabalhador do hospital filantrópico? Quem banca as igrejas, a aposentadoria do padre, do pastor? O Espírito Santo? O Espírito Santo fala: ‘Não é comigo’. Se alguém concedeu isenção, tem de dizer de onde é a fonte para financiar a Previdência. Eu não deveria estar fazendo esse debate porque não sou ministro da Previdência. Já fui. O mercado fica nervosinho com isso”.

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

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