O governo cancelou mais uma vez uma reunião marcada para hoje com representantes das centrais sindicais com a finalidade de discutir a reforma da Previdência. O motivo é o empenho do presidente Michel Temer e de sua equipe econômica na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que trata do teto dos gastos públicos.

De acordo com a equipe do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira, – responsável por desmarcar com os participantes do encontro -, a reunião que deveria acontecer hoje foi remarcada para a próxima semana, ainda sem data definida. O fato é que a proposta desenhada pelo governo não corresponde com os anseios dos sindicalistas, que tratam a mudança das regras no sistema previdenciário visando melhoria na gestão e arrecadação, enquanto a equipe econômica visa a diminuição de gastos. Ou equilíbrio financeiro.

Existe um documento formulado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – que presta assessoria para a Força Sindical, a União Geral de Trabalhadores (UGT), a Central de Sindicatos do Brasil (CSB) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) -, o qual reafirma as propostas dos trabalhadores e evidencia que a Previdência não é deficitária (conforme o governo vem anunciando). De acordo com técnicos que realizaram o levantamento, os dados apontam que a inclusão de valores relativos ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), exclusiva dos servidores públicos, a Desvinculação das Receitas da União (DRU) e as desonerações tributárias, é que reduzem as receitas do sistema previdenciário.

Sugestões estão sendo apontadas pelos dois lados, resta apenas saber quais dessas serão embutidas no pacote de mudanças a ser apresentado pelo governo. Lembrando que o presidente ainda não definiu uma data para remeter a proposta para o Congresso Nacional.