Câmara debate sobre a remuneração da telemedicina após pandemia

Especialistas se mostram a favor da regulamentação da telemedicina

 

*Colaborou Denise Cavalcante

A Associação Nacional dos Servidores Públicos, da Previdência e da Seguridade Social, Anasps, acompanhou na manhã desta quinta-feira (25), o debate sobre Telemedicina, Teleconsulta e aspectos remuneratórios na pós pandemia. A reunião foi realizada pela comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate ao novo coronavírus.

Para o debate, foram convidados especialistas no assunto, como o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Chao Lung Wen; o gerente de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, Eduardo Cordioli; o 1º Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Dimer Giamberardino Filho; o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira; o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rodrigo Rodrigues de Aguiar, entre outros.

A Telemedicina é uma realidade no Brasil há muito tempo. Afinal, com a ajuda das inovações tecnológicas, os médicos podem solucionar dúvidas de pacientes por mensagens ou ligações, mas é fundamental enfatizar que a Telemedicina não é uma substituição da consulta presencial. Ela é apenas uma outra modalidade de consulta, que veio para trazer mais acessibilidade para a área da saúde, que ganhou mais notoriedade devido ao isolamento social.

Para o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Chao Lung Wen, que atua na telemedicina desde 1997, o maior perigo de incorporação rápida da tecnologia é não fazê-lo de uma forma sólida e correta. A telemedicina não é uma ferramenta e sim um método médico de prover cuidados de qualidade, que envolve exame de observação, entrevista e exame de apoio. O professor apontou a necessidade do ensino da bioética digital e da humanização usando meios interativos, com a finalidade de qualificar o profissional para essa modalidade de atendimento.

Já Eduardo Cordioli, lembrou da necessidade de se usar uma plataforma segura, que garanta a privacidade e que se consiga guardar os dados dos pacientes, como uma estrutura de prontuário eletrônico, o que não pode ser feita pelo WhatsApp ou Instagram.

Na visão do 1º Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Donizetti Dimer Filho; a telemedicina e algo que veio para ficar, e veio para trazer benefício à medicina, não veio para substituir a figura presencial do ato médico e sim para trazer acesso à população, transferência de conhecimento e experiências. O paciente precisa ter direito de ser atendido pela telemedicina, caso opte por essa modalidade, mas também tem direito de recusar a telemedicina, da mesma forma o profissional médico.

O Conselho Federal de Medicina pretende que o atendimento seja realizado da forma mais segura possível, é necessário ter muita cutela e ser implementado de forma organizada. Já estamos estudamos uma nova resolução para que seja mantido após a pandemia. Não podemos permitir uma banalização, precisamos manter toda segurança possível.  Defendemos sua regulamentação, finalizou.

Para Lincoln Lopes Ferreira, é necessário que se tenha cuidado para que as instituições não embarcam em uma aventura. A telemedicina tem que ser colocada de forma adequada. Não pode ser vista como mera substituta da consulta médica presencial e muito menos utilizada para cortar custos e aumentar ganhos dos estabelecimentos de saúde.  Precisamos nos preparar adequadamente até o fim da pandemia para adequar a telemedicina.

A Anasps continua acompanhando atentamente todos os assuntos de interesse dos nossos associados, com o intuito de propor melhorias, além de lhes manterem informados.

Previdência Social