Balanço da troca de partidos após a janela partidária

No último sábado (07) foi encerrado o prazo para a troca de partidos sem a possibilidade de perda de mandato. Ao todo, 90 deputados mudaram de sigla, incluindo seis parlamentares que mudaram de partido pouco antes do início da janela – Tereza Cristina, Fábio Garcia, Heráclito Fortes, Alessandro Molon, Aliel Machado e Laura Carneiro.

Os motivos para mudança de partido foram basicamente três: a) espaço no diretório estadual, b) garantia de recursos do fundo eleitoral, e c) certeza de prioridade no horário eleitoral gratuito. Com exceção do partido de Bolsonaro, a preferência recaiu sobre partidos que não terão candidato próprio à presidência da República, o que sobra mais recursos para a campanha a deputado federal.

Somadas as duas janelas partidárias havidas na atual legislatura (a primeira ocorreu em 2016), foi constatado o fortalecimento de partidos do Centrão, em especial do DEM, do PP e do PR, que ganharam ao todo, em comparação à bancada eleita em 2014, 43 deputados, o que representa um aumento de 46%.

Considerando apenas a janela partidária encerrada no último sábado, o DEM foi a sigla que registrou o maior crescimento, saindo de 33 deputados para 46 (ou seja, o partido mais que duplicou a bancada eleita em 2014). Parte desse crescimento pode ser explicado pelo fortalecimento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), que trabalhou intensamente por novas filiações, sobretudo em seu domicilio eleitoral (RJ), seis no total, e em Minas Gerais, onde o partido lançou a pré-candidatura de Rodrigo Pacheco ao governo local.

Já o MDB registrou a saída de 15 deputados e o acréscimo de outros seis, o que lhe trouxe um prejuízo de nove parlamentares. Muitas dessas trocas se devem ao desgaste que o partido passou com as inúmeras denúncias contra a sua cúpula, sobretudo contra o Presidente Michel Temer.

O PSL, com o anúncio da pré-candidatura do deputado Jair Bolsonaro (PSL/RJ) à presidência da República, aumentou sua bancada em nove vezes, se comparada com 2014, ou aproximadamente três vezes, se analisado apenas o período anterior à janela.

Os partidos do espectro da esquerda (PT, PSB, PDT, PCdoB e PSOL), basicamente mantiveram seus tamanhos, com exceção do PSB. Mesmo anunciando a filiação do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, o partido foi o mais prejudicado (juntamente com o MDB) pela janela, com saldo negativo de nove deputados – 15 saídas e seis chegadas.

 

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