As mudanças propostas pelo governo Temer na reforma da Previdência podem prejudicar os trabalhadores que estão na informalidade, é o que afirma o diretor do Departamento de Estatísticas de Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio. De acordo com Lúcio, parte da população brasilieira vive em um hiato de desproteção trabalhista e previdenciária.

“Parte da força do trabalho, trabalha 12 meses, mas contribui seis meses por ano. Há o problema da rotatividade [no emprego], vários motivos pelos que eles não contribuem”, disse. Ainda de acordo com o diretor essa desproteção é verificada no início, e principalmente, no final da vida ativa.

O diretor ressaltou ainda que as regras de cálculo propostas diminuem o valor do benefício. “Deixar a contribuição acumular-se depois dos 50 anos é condenar à exclusão, pois, crescentemente, o processo é de exclusão participativa da contribuição no fim da vida ocupacional”, afirmou.