Professores ouvidos pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) afirmaram que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), 55/2016 – que limita um teto para os gastos públicos por 20 anos – não é o caminho para resolver a crise econômica. As informações foram divulgadas pela Agência Senado.

Para os professores, a situação atual do Brasil não tem relação com o aumento de despesas e por isso o corte de gastos não ajudará a retomar o crescimento.

Os professores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Vanessa Petrelli e Eduardo Fagnani, da Universidade Federal de Campinas (Unicamp), apontaram a diminuição de receitas e não o crescimento das despesas, como fator primordial da crise.

Para os pesquisadores o crescimento da dívida do setor público não está vinculado meramente a piora do resultado primário, mas a política monetária e cambial. Na opinião dos professores, essa dinâmica financeira não é o objeto da PEC, que tem o foco errado ao cortar investimento.

“Não é verdade que o único caminho para o crescimento de um país seja um ajuste fiscal que leve ao não crescimento de gastos públicos. Para nós, o não crescimento de gastos públicos gera, na verdade, desaceleração. Um gasto fundamental, nesse momento, é um gasto com investimento e a manutenção das políticas sociais”, argumentou Vanessa Petrelli.