Em seminário promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cidoso) da Câmara dos Deputados, especialistas debateram os impactos da reforma da Previdência na população mais velha.

A convite da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), estavam presentes para debater sobre o tema, o autor do projeto que deu origem ao Estatuto do Idoso, senador Paulo Paim; o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultores Familiares (Contag), Aristides Veras dos Santos; e o presidente da Confederação Brasileira de Aposentadoria e Pensionistas (Copab), Warley Golçalves.

Paulo Paim foi o primeiro a dar voz sobre o assunto e afirmou que a capitalização é o fim da Previdência. “É o fim o pacto social e político. Trinta países do mundo que adotaram esse modelo de capitalização quebraram”, critica. “Eu ainda procuro uma coisa boa nessa reforma. Atualmente eu não achei nenhuma”, finaliza.

O Diretor Técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Clemente Ganz Lúcio, também falou sobre a proposta. “O efeito dessa reforma atingiria toda a população. Hoje o diagnóstico presente indica que 10 milhões de pessoas não tem e não teriam proteção previdenciária”, aponta Clemente sobre uma reforma ter que ser feita para todos os brasileiros, de forma positiva, criando uma proteção universal a todos os brasileiros que chegassem aos 60 anos. “Um projeto como esse não terá outro objetivo, que não seja aumentar a população excluída da proteção da seguridade e previdenciária”, finaliza.

O Presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP), Floriano Martins de Sá Neto, acredita que a PEC deve ser devolvida. “Nós não somos contra a reforma da previdência, somos a favor de reformas para melhorar, aperfeiçoar”, disse o presidente. “Devia ser aberto um grande debate, aquele que os governos não fazem com a sociedade, como esse atual”, completa.