Na última terça-feira (26), em Brasília (DF), a Escola Nacional de Administração Pública se juntou ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para promover a palestra “Por que a Inovação precisa da Burocracia”. O evento contou ainda com o apoio do Instituto para Inovação e Propósito Público (IIPP) da University College London (Reino Unido).

Um dos palestrantes foi o professor e vice-diretor do IIPP, Rainer Kattel, que fez sua exposição com base nos argumentos do livro “How to Make an Enterpreneurial State: Why Innovation needs Bureaucracy” (“Como construir um Estado Empreendedor: Por que a Inovação precisa da Burocracia”), do qual foi coautor.

Para ele, a inovação não deve ser restrita a quantidade de patentes ou investimentos, mas também deve apontar a direção destes aspectos: “É daí que vem a ideia da inovação como política. Isso também significa que nós, como sociedade, devemos pensar essa direcionalidade e moldá-la em um trabalho conjunto”.

Os funcionários públicos têm que administrar os serviços básicos e as crises, mas eles também têm que pensar em como podem inovar em muitos desses serviços”, comentou.

Outro palestrante foi o diretor de Altos Estudos e professor do Mestrado Profissional em Governança e Desenvolvimento da Enap, Alexandre Gomide: “Geralmente, a gente associa a burocracia como algo ruim, como aquela coisa que atrapalha a inovação e ele recupera o conceito de burocracia dizendo que a inovação precisa dela. A gente não precisa jogar fora o Estado e nem o serviço público para termos as inovações”, declarou, ao comentar a publicação do professor Kattel.