Como ficam os idosos? Pandemia reduz número de profissionais no mercado de trabalho

Idosos tem sofrido durante a pandemia

 

No Brasil, o preconceito quanto ao limite de idade para a inserção no mercado de trabalho e para determinados cargos ainda existe, e quando o assunto é o idoso a questão da não contratação aumenta. Entre os fatores determinantes para isso é o fato de o profissional idoso ser mais caro devido a sua experiência acumulada durante anos. Mas, ultimamente com a pandemia do novo coronavírus, o cenário mudou.

A pandemia de coronavírus não é um risco apenas para a saúde dos idosos. No Brasil, ela também já afetou a participação desse grupo no mercado de trabalho, aumentando o desemprego entre a classe que é considerada vulnerável e mais suscetível a afastamentos.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, revelam que com a pandemia a situação se agravou com mais demissões o que contratações. Em agosto, foram geradas 263,7 mil vagas com carteira para quem tem abaixo de 60 anos e eliminadas 14,3 mil entre os mais velhos.

Uma situação lamentável de se ver. E agora como ficam os nossos idosos? O que mais chama a atenção é que o idoso é prejudicado duas vezes nessa pandemia, é quem morre mais e quem é mais afetado pelo desemprego. No entanto, o seu papel nas famílias é pouco reconhecido. Acho que se pode falar que caso morra um idoso, uma família entra na pobreza.

Segundo o estudo “Os Dependentes da Renda dos Idosos e o Coronavírus: Órfãos ou Novos Pobres?”, elaborado por Ana Amélia Camarano, a família de idosos não é um ninho vazio, como esperado pela literatura, pelo contrário, o idoso desempenha um importante papel no sustento da casa.

Vários trabalhos já mostraram a importância da renda dos idosos na renda das famílias brasileiras. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, em 2018, dos 71,3 milhões de domicílios brasileiros, em 33,9% tinha ao menos um idoso residindo. Nestes domicílios moravam 62,5 milhões de pessoas, em média 2,6 pessoas por domicílio, das quais 30,1 milhões eram não idosas. Dentre os não idosos, 16,6 milhões não trabalhavam. O idoso contribuía com 69,8% da renda destes domicílios e 56,3% de sua renda vinha de pensões ou aposentadoria.

 

Como fica a situação daqui pra frente?

As perspectivas não parecem ser as melhores para o emprego entre os maiores de 60 anos. O preconceito de contratação antes da pandemia já era grande, e sem uma vacina para prevenir a doença permanecerá, evitando o retorno ao mercado de trabalho.

 

Dicas da Anasps

Sabemos que o retorno do idoso ao mercado de trabalho durante a pandemia será algo complexo, mas é importante já ir se preparando para as novas oportunidades quando a crise acabar. Listamos algumas dicas que podem ser fundamentais no retorno das atividades. Confira!

Recicle seus conhecimentos – estude, faça oficinas e até cursos à distância, sobre novos temas. Estudar é importante para o desenvolvimento na vida pessoal e profissional.

Faça networking – crie uma rede de contatos profissionais;

Aprenda a lidar com a tecnologia – é importante que o mundo digital não seja um problema para você. A dificuldade em lidar com novos dispositivos, aos quais os mais jovens estão mais habituados, não pode ser um empecilho para voltar ao mercado de trabalho.

Arrisque em outras áreas – perca o medo de se arriscar, trabalhar em outras áreas pode ser gratificante e mais uma experiência adquirida ao logo da vida.

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