Clima de desconfiança, apreensão e desalento no INSS

Há 20 dias sem presidente e sem diretores, o INSS dá sinais de desalento e desconfiança entre os servidores.

J.B. Serra e Gurgel

O clima de desconfiança, apreensão e desalento cresce na medida que serão realizadas eleições em outubro, e os partidos políticos, depois do estrago da Operação Lava Jato, desejarão arranjar dinheiro na Previdência de qualquer jeito, no caixa dois, etc etc.

Ao que se informa, a arrumação de dinheiro para os políticos estará na contratação de empresas terceirizadas para pessoal, aluguéis, nos casos de unidades alugadas, contratação de empresas prestadoras de serviço de segurança, conservação e limpeza.

O presidente Leonardo Gadelha, da cota de um partido político, o Partido Social Cristão (PSC), foi nomeado há uma semana e não tomou posse. Sabe-se que apenas passou pela porta de uma agência da Previdência Social.

Informa-se que não foi submetido a uma análise de currículo. Ele, inclusive, teria confidenciado a amigos que ficaria no cargo, no primeiro escalão, o procurador-geral Antônio Stefanutto.

Os diretores estão sendo escolhidos, mas não se sabe se serão servidores de carreira ou se serão recrutados na “banda podre” da política partidária. Pela lei, poderão ser convidadas pessoas de fora do INSS. Vão entrar e vão sair, geralmente pelas portas dos fundos, sem saber nada de Previdência.

A rádio corredor comenta que diretor indicado por partido político não deve obediência ao presidente, mas ao político que indicou.

Neste momento estão vagas duas superintendências: Recife e Belo Horizonte.

Estão também vagas as gerências executivas:

. Gerência Executiva em Santo Antônio de Jesus / BA;

. Gerência Executiva em Goiânia / GO;

. Gerência Executiva São Paulo – centro;

. Gerência Executiva Manaus / AM;

. Gerência Executiva Tefé / AM;

. Gerência Executiva de Boa Vista / RR;

. Gerência Executiva de Vitória da Conquista / BA.

As gerências executivas, sem os titulares, estão sendo administradas pelos gerentes substitutos. Pela legislação, os gerentes são escolhidos entre os servidores do quadro.

Há rumores que os políticos da base de apoio ao presidente interino, Michel Temer, estão fazendo um rateio das gerências – o que aprofunda o clima de apreensão entre os servidores.

Há ainda receio generalizado de que o ministro da Fazenda privatize o INSS ou que o ministro do Desenvolvimento Social obrigue que os postos do INSS, que já atendem os beneficiários da Lei Orgânica da Previdência Social, a atender os beneficiários do Bolsa Família.

Os beneficiários da LOAS chegam a 4,2 milhões e os do Bolsa Família entre 14/15 milhões (e o governo quer fazer um recadastramento, pois há suspeita de milhares de fraudes).

Previdência Social