Carlos Lupi toma posse como ministro da Previdência Social

 Nesta terça-feira (3), o novo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, tomou posse do cargo. A solenidade aconteceu no auditório do Ministério, em Brasília.

Lupi era presidente nacional do PDT, e foi confirmado para comandar a pasta na última quinta-feira (29) junto com outros 15 ministros em pronunciamento realizado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um dos seus objetivos como ministro, será acabar com a fila do INSS. A medida já está em estudo junto com outras propostas que visam separar o que é aposentadoria, pensão e BPC.

A Anasps, associação que há 30 anos defende os servidores públicos, marcou presença na cerimônia de transmissão para acompanhar os primeiros passos do novo ministro à frente da pasta que é considerada a maior redistribuidora de renda do país.

O ano mudou, mas a luta da Anasps continua em prol de benefícios para os servidores públicos e seus associados. A expectativa é que aconteçam mais concursos, melhoras nas condições de trabalho e reajustes reais nos salários que há anos estão congelados.

No início da cerimônia, o ex-ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, fez questão de citar o presidente da Anasps, Alexandre Barreto Lisboa, agradecendo a participação da associação em apoio aos projetos do Ministério e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Oliveira também agradeceu ao presidente do INSS, Guilherme Serrano, e aos servidores da Previdência pela colaboração.

Já o novo ministro da Previdência ressaltou de tratar os segurados com respeito. “Estamos falando 37.555.290 CPFs diferentes. Seres humanos que devem ser tratados com dignidade, com respeito, com carinho. É o nosso dever, é dívida da União, dos Estados e Municípios, não é prejuízo para os erários públicos, ao contrário. Esse dinheiro circula com maior facilidade. 70% ganham um salário mínimo. São seres humanos humildes, que ajudaram a grande nação que somos hoje. A eles é que nós nos dedicaremos a cada dia para resgatar a dignidade da sua aposentadoria”, disse.

De acordo com Lupi, a Previdência Social não é deficitária. “Queremos que toda a arrecadação destinada constitucionalmente para Previdência esteja na balança para a Previdência, porque não é favor nenhum quando corretamente constituintes de 1988 criaram a proteção do BPC, principalmente para os nossos companheiros com necessidades especiais. Isso acarretou o encargo de R$ 10 milhões que são da OGU do orçamento do Tesouro da União, não são da Previdência, e colocam esse encargo na Previdência para dizer que é deficitária. Não colocam os recursos dos COFINS, PIS, das contrapartidas dos bancos. Tudo se esquece para levar à população a mentira. A Presidência não é deficitária! Vou provar isso há cada dia  que eu estiver nesse Ministério”, constatou.

Outra questão importante abordada foi sobre a grande fila do INSS. “Em primeiro lugar, acabar com essa fila que destrói a cidadania, automatizando, melhorando a automação, prestigiando os funcionários do INSS. Eu quero pedir a cada governador, a cada prefeito, que nos ajude na parte administrativa”, explicou.

Para que esse problema seja solucionado, Lupi ressaltou que irá precisar da ajuda de outros setores. “Essa questão do BPC, que é a maior fila que nós temos hoje, depende muito do médico legista. Precisamos ter o Ministério da Saúde nos ajudando, colaborando para acabar com a fila”, finalizou.

Por fim, mencionou as questões a serem trabalhadas pelo Ministério: a criação de um portal da transparência (com número de aposentadorias, pedidos, demandas não atendidas, etc); colaboração nos esforços por uma carteira de identidade nacional e revisão da reforma da Previdência.

Perfil

Carlos Lupi nasceu em 1957, em Campinas (SP), mas mudou ainda jovem para o Rio de janeiro, onde conseguiu criar o primeiro grêmio estudantil de seu colégio e entrou para a militância política.

Ele é formado em administração, com licenciatura plena em administração, economia e contabilidade, pela faculdade do Centro Educacional de Niterói (FACEN).

Filiou-se ao então Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) ainda quando era aluno do curso de administração. Na época o partido mudou de nome e segue com ele até hoje, PDT.

Em 1990, conseguiu se eleger deputado federal, cargo que pediu licença para assumir a chefia da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro. Também atuou como vice-líder na Câmara, secretário da Executiva Regional e tesoureiro da Executiva Nacional.

Lupi já foi ministro de Lula. Em seu segundo mandato presidencial, o político assumiu o Ministério do Trabalho e Emprego, cargo que exerceu até 2011.

Atualmente, é o vice-presidente da Internacional Socialista, fórum mundial de diálogo entre partidos de esquerda.

 

 

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