ANASPS/ON LINE-Ano XV, Edição nº 1.620

Informativo Semanal da Diretoria Executiva da ANASPS

Estados maquiam rombo da Previdência e declaram R$ 30 bi a menos. Governos informaram ao Tesouro déficit de R$ 55 bi em 2016, mas a União detectou que o rombo é de R$ 84,4 bi 

Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo

17 Agosto 2017 | 05h00 O Estadão 17-08-2017 

 

BRASÍLIA – Os Estados declararam no ano passado um rombo R$ 30 bilhões menor na Previdência do que o apurado pelo Tesouro Nacional. O boletim anual que vai ser divulgado hoje e foi antecipado ao ‘Estadão/Broadcast’ mostra que os governos regionais informaram déficit de R$ 55 bilhões com o pagamento de aposentadorias e pensões, mas o Tesouro detectou que o rombo é de R$ 84,4 bilhões. A prática é condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

 

Embora usem uma contabilidade diferente, os Estados referendaram os cálculos do Tesouro. A União faz um acompanhamento anual das contas estaduais para a renegociação de dívida. E, dentro desse programa de acompanhamento, os Estados admitiram que há diferenças nas informações. “Há diferenças de apuração e precisamos trabalhar juntos pela convergência”, diz a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. “Temos de estar na mesma página do ponto de vista contábil.”

 

O presidente do Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz), André Horta, reconhece que há divergências com o Tesouro sobre a classificação de determinadas despesas, mas diz que os governos estaduais trabalham para adequar as estatísticas. A renegociação da dívida dos Estados previu alguns dispositivos para tentar tornar essa contabilização menos desigual. “O mais correto provavelmente é algo entre os dois (modelos)”, diz Horta.

 

Gravidade. O mais grave é que a conta para o futuro também está subestimada. Surpreendentemente, o rombo nas contas da Previdência dos Estados já é maior do que as previsões feitas para os próximos anos pelos próprios governos regionais.

“As decisões do presente podem estar sendo turvadas por essas estimativas, que estão minimizando o problema”, adverte a secretária do Tesouro. Na sua avaliação, o retrato mais fiel da realidade dos Estados ajuda na tomada de decisões para resolver os problemas. Hoje, as dificuldades estão escondidas por números irreais.

 

Opinião da ANASPS

Tão complicada  quanta a caixa preta da Receita Federal , com R$ 3,0 trilhões de créditos a receber – (dívida administrativa dentro da própria receita e divida ativa com cobrança judicial) e ninguém fala sobre o assunto – é a questão do rombo dos Regimes Próprios, da União,  Estados, DF,  Municipios e Militares.

Ha números e “caixinhas” (setores supostamente responsaveis) para todos os gostos.

Ninguém afirma que os Estados e os Muncipios transforaram os fundos de previdência em “emissores de moeda” como os Estados fizeram no passado com os bancos estaduais e que acabaram fechados.

Usam e abusam dos fundos para girar as contas estaduais, especiamente os estados relacionados pelo Estado de São Paulo.

O Tribunal de Contas da União condenando ou não dá no mesmo ou seja, dá em nada.

O TCU perdeu credibiidade seis dos nove seus ministros estão “encrencados”. Alem do texto dos reporters, colocamos, nesta edição, dados do RGPS, do antigo Ministério da Previdência, que tem o poder de supervisionar os RPPS bem como dados do TCU , com base do Relatório Mucio Monteiro, elaborado para exame pelos responsaveis pela Reforma da Previdencia, e que não foram considerados

pelos reformadores, a serviço do Mercado.

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Quadro 11 – Relação entre estoque e concessões de aposentadorias

 

 

Ano

RGPS RPPS Militares
 

Estoque Apos. Tempo

 

Conces sões

%

conce ssões no ano

 

Estoques Apos. Idade

 

Conces sões1

%

conce ssões no ano

 

Estoque Aposent adorias

 

Conces sões1

%

conces sões  no ano

 

Estoque Inativos

 

Conces sões2

%

conces sões no ano

2007 3.943.339 246.550 6,3% 7.182.325 519.218 7,2% 394.475 9.417 2,4% 133.538 8.073 6,0%
2008 4.117.972 268.921 6,5% 7.500.092 551.878 7,4% 392.686 11.126 2,8% 136.624 8.542 6,3%
2009 4.316.779 289.299 6,7% 7.856.916 602.721 7,7% 400.721 15.113 3,8% 140.031 8.333 6,0%
2010 4.486.698 276.841 6,2% 8.161.733 565.277 6,9% 404.858 16.006 4,0% 142.031 8.537 6,0%
2011 4.672.643 297.707 6,4% 8.457.025 580.716 6,9% 407.997 17.824 4,4% 144.238 8.953 6,2%
2012 4.862.215 298.091 6,1% 8.798.101 621.515 7,1% 413.199 18.414 4,5% 146.759 10.076 6,9%
2013 5.064.342 314.260 6,2% 9.165.014 654.523 7,1% 414.785 19.409 4,7% 149.197 8.794 5,9%
2014 5.254.911 315.542 6,0% 9.508.695 645.687 6,8% 418.049 18.369 4,4% 147.906 8.261 5,6%
2015 5.434.915 320.460 5,9% 9.763.130 575.841 5,9% 421.264 20.129 4,8% 152.927 9.957 6,5%
2016 5.725.845 432.033 7,5% 10.100.813 662.366 6,6% 425.045 15.235 3,6% 156.328 6.719 4,3%
% 45,2%2 75,2%2 6,4%3 40,6% 2 27,6% 2 7,0%3 7,7%2 61,8%2 3,9%3 17,1%2 -16,8%2 6,0%3

Fonte: RGPS: AEPS E BEPS; RPPS: BEP (estoque) e Folha de pagamento de 9/2016 – Sefip/TCU (concessões); Militares: Anexos dos PLDO 2017 e 2018 (estoque) e Folha de pagamento de 9/2016 – Sefip/TCU (concessões).

Obs.: 1Dados de concessões de militares e do RPPS de 2016 apenas até setembro. 2Variação de estoque e de concessões de 2016 em relação em relação a 2007. 3Média dos percentuais de concessões em relação ao estoque.

 

Gráfico 11 – Componentes do Resultado Previdenciário em 2016 (R$ bilhões)

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Fonte: RREO e fluxo de caixa do INSS

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Fonte: RREO e fluxo de caixa do INSS

Gráfico 13 – Variação dos componentes do resultado previdenciário no período de 2007 a 2016 (corrigidos  pelo INPC)

 

 

 

Previdência Social