Anasps participa de seminário sobre Mudanças Demográficas – desafios ao Desenvolvimento Nacional

Dados do IPEA indicam que em 2060 haverá mais beneficiários do que contribuintes

Byanca Guariz

Na manhã de ontem (22), a Associação Nacional dos Servidores da Previdência e Seguridade Social (Anasps), e servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) participaram do seminário: Mudanças Demográficas – desafios ao Desenvolvimento Nacional. 

O evento que aconteceu no auditório da autarquia e contou com a participação do presidente do INSS, Leonardo de Melo Gadelha, do secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), Alberto Beltrame, da diretora do Dipos-Codeplan, Ana Maria Nogales, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Ernestro Lozardo, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro e Alexandre Barreto Lisboa, presidente da Anasps.

Na abertura do seminário o presidente do INSS, Leonardo Gadelha, agradeceu a presença de todos os convidados e disse que o objetivo do debate não é de promover uma discussão sobre a reforma da Previdência, “ainda que essa seja o assunto da pauta, que está na ordem do dia”.

“Não queremos aqui promover um encontro sobre a reforma da Previdência e as regras que estão sendo discutidas no âmbito do Congresso Nacional. Esse nosso encontro transcende sobre essa discussão, ainda que eu repita, ela é essencial para o futuro da nossa nação. O que queremos é lançar luzes para esses desafios que serão implementados”, disse.

Ainda durante o seminário, dados sobre a Previdência Social foram apresentados pelo presidente do Ipea, Ernestro Lozardo, que apontou que em 2010 a OCDE e UE apresentaram uma despesa pública com a Previdência de respectivamente, 9% e 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB) – no Brasil a despesa com a Previdência já chega a 13% do PIB.

Segundo Lozardo, sem a reforma da Previdência Social que está sendo proposta pelo governo Temer, a projeção é que a relação caia de 2 contribuintes para cada beneficiário no momento atual. Em 2060 o estudo aponta que será uma situação onde haverá mais beneficiários do que contribuintes.

Os dados do IPEA indicam ainda que, a taxa de fecundidade que em 1940 era de seis filhos por mulher, será de 1,5 filhos por mulher em 2060. Ao se tratar da expectativa de vida ao nascer os dados são positivos. Em 1940 a expectativa era de 45,5 anos e em 2060 segundo a pesquisa, esse número quase dobra, chegando a 81,2 anos.

O presidente do IBGE, Paulo Rabello, defendeu a reforma da Previdência encaminhada pelo Executivo, nesse momento apreciação pelo Congresso Nacional. No entanto, Rabello sugeriu uma Previdência Opcional.

“Se hoje, abríssemos uma Previdência Opcional para os mais jovens, ou para quem já está no meio do caminho (…) se teria uma conta individual, que vai passar a existir no INSS, não apenas ao fim de 35 anos (de contribuição) ”, completou.

Rabello explicou que assim não existiria mais uma discussão se a conta da Previdência fecha ou não, pois cada um pagaria pelo seu benefício. Na avaliação de Rabello, as mudanças demográficas, ou seja, o fato de hoje existirem mais idosos (aposentados) do que jovens (contribuintes), causa a quebra da Previdência. O presidente do IBGE sugeriu que cada um pagasse pelo próprio benefício, para que uma geração não dependa da outra. 

 

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