O Supremo Tribunal Federal determinou, em 2014, que o prazo para que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) responda a uma solicitação de aposentadoria é de 45 dias. Mas dados obtidos pelo jornal Zero Hora mostram que, para 73.513 cidadãos do Rio Grande do Sul, essa determinação não é cumprida. Essas pessoas esperam pela carta de concessão do benefício há mais tempo. Em alguns casos, esse tempo ultrapassa os 400 dias.

Segundo o INSS, a demora decorre das mudanças no sistema de agendamentos, com a implementação do canal Meu INSS – ferramenta online que possibilita a qualquer cidadão fazer agendamento e abertura do pedido. O problema é agravado pela falta de servidores. 

Segundo a gerente da Agência da Previdência Social Digital, Ana Avallone, há cerca de 20 mil processos aguardando a conclusão apenas na gerência-executiva de Porto Alegre. “ Esse dado é sobre os benefícios que a Direção Central classificou como serviços prioritários: as aposentadorias por idade, por tempo de contribuição, para professor e especial, e também os benefícios assistenciais da pessoa com deficiência e do idoso, pensões por morte urbana e rural, salário-maternidade e auxílio-reclusão, destaca.

Já para o o gerente-executivo da Previdência Social de Porto Alegre, Claiton Pereira Soares, a espera do cidadão não mudou:

 “O tempo de análise continua o mesmo de sempre, de 180 dias. É uma ficção da sociedade que aumentou o tempo de espera para a análise. Para analisar um seguro de uma vida laborativa toda, esse prazo de seis meses não é um período tão grande. Entendemos as dificuldades de quem pede e quer ter seu resultado, mas, no mundo real, isso às vezes não acontece”, afirmou.