20-11-2020

Sempre engajada com tudo que envolve o servidor público, a Anasps acompanhou na noite da última quinta-feira (19), mais uma live promovida pela Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público – Servir Brasil, que teve como tem: Desmistificando a carreira pública: O servidor é um marajá?

A Frente tem como presidente o deputado Professor Israel Batista (PV-DF); 1º Vice-presidente senador Weverton (PDT/MA); 2º Vice-presidente senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP); Secretário-geral deputado André Figueiredo (PDT/CE); coordenador para a Estabilidade deputado Paulo Teixeira (PT/SP); coordenador para Avaliação de Desempenho deputado Fábio Trad (PSD/MS) e o coordenador para Admissão de Pessoal deputado Marcelo Freixo (PSOL/RJ). Esse foi o terceiro encontro de um ciclo de debates sobre o cenário da Administração e do funcionalismo públicos brasileiros.

Participaram da live o doutor em sociologia (UFRJ), professor de mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Felix Garcia Lopez Júnior e da socióloga e mestra em Ciência Política e Políticas Públicas pela Universidade Federal Fluminense e técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Carolina Gagliano.

Para Felix Garcia, é necessário que se torne claro que o serviço público no Brasil, que tem mais de 12 milhões de pessoas é um setor muito diverso em seu perfil, em termos de escolaridade, natureza da atividade que é exercida e em remuneração. As pessoas tomam como base o servidor público federal, mas a grande maioria está alocada nos estados e municípios, esses com remuneração mais baixa. Não existe um funcionalismo público homogêneo, as diferenças são enormes, logo, a ideia de que todo servidor público ganha bem é uma falácia.

De acordo com Carolina Gagliano, a remuneração paga aos servidores públicos estaduais e municipais não diferem da paga na iniciativa privada. Assim como existem diferenças dentro de cada Poder ou órgão. Em relação à Proposta de Emenda à Constituição 32/2020, para Gagliano, deveria estar sendo discutido sobre como tornar o serviço público menos precário para o servidor e como ele pode se tornar mais excelente para o cidadão.

Gagliano defende a ideia de que os estudos que basearam a criação da proposta precisam ser tornados públicos para melhor conhecimento dos critérios e da base técnica que subsidiaram sua formação. “O debate sobre o serviço público precisa ser mais qualificado, com comparações mais adequadas”, concluiu.

Vale destacar que os debates são de extrema importância por trazerem informações para que melhores decisões sejam tomadas. A população precisa ter conhecimento de como funciona a administração pública e que grande parte dos servidores não são remunerados como a mídia mostra.

A Anasps está atenta a todas as discussões sobre o tema, e continua trabalhando para que o texto seja modificado e melhor discutido.