Sem reforma, teto de gastos preocupa

A decisão do governo de abandonar a reforma da Previdência neste momento acendeu o alerta nas agências classificadoras de risco. Moody’s e Fitch emitiram comunicados expressando preocupação, sobretudo com a possibilidade de o teto de gastos ser violado.

“(O adiamento da reforma) é negativo para o perfil de crédito do país”, comentou Samar Maziad, vice-presidente da Moody’s. Em nota a jornalistas, ela destacou que a postergação “restringirá bastante a capacidade das autoridades de cumprir o teto de gastos nos próximos anos”. Segundo Maziad, a reforma da Previdência “é fundamental para as perspectivas de crédito da nação”.

O economista Leonardo Rolim, consultor de orçamentos da Câmara, afirma ainda que, diante da situação, o próximo presidente terá de fazer uma reforma com uma regra de transição bastante dura ou acabar com a regra de outro (dispositivo da Constituição que impede a emissão de dívida pelo governo para o pagamento de despesas correntes, como salários). “O governo já está fazendo mágica neste ano, pegando o dinheiro do BNDES, para não ultrapassar o teto. Ano que vem, não vai ter essa mágica”, diz.

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