Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta o impacto da reforma da Previdência, que eleva tempo de contribuição e fixa idade mínima para obtenção do benefício.

Para a coordenadora do estudo, Joana Mostafá, a rotatividade e a informalidade do mercado de trabalho vão fazer com que a maioria dos trabalhadores não alcance os 25 anos de contribuição. Isto porque para alcançar esse tempo o brasileiro precisa trabalhar mais: em média 33 anos e 4 meses. Já no caso das mulheres, há um agravante, diz Joana. Devido a divisão sexual do trabalho, elas assumem grande parte dos afazeres domésticos, casa-filhos e cuidado com os idosos, fazendo com que tenham maior dificuldade em ter acesso ao mercado formal.

Ainda segundo o estudo, o aumento da contribuição dos atuais 15 para 25 anos e a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria vão deixar entre 44% e 56% das mulheres que hoje contribuem, sem acesso ao benefício por idade. Para os homens esse percentual será de 26,6%.