A reforma trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados, prevê que mesmo sem a autorização do Ministério do Trabalho, funcionários poderão trabalhar mais tempo em ambientes insalubres (aqueles que apresentam riscos à saúde).

A presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), Marcia Bandini, criticou essa extensão que conta na proposta. Ela afirma que os padrões definidos nas normas do Ministério do trabalho, são baseados em estudos técnicos e, em alguns casos, seguem padrões internacionais.

Todos levam em conta uma jornada de oito horas diárias. Qualquer aumento nesse tempo exigiria mudanças nas normas e limites, segundo ela, que vê com preocupação a possibilidade de aumento da jornada. “Tecnicamente falando, não caberia essa extensão”, disse.

“Tudo o que a gente sabe sobre os efeitos, em especial dos agentes químicos e de alguns agentes físicos, como radiação e ruído, é estudado dentro da jornada de oito horas. Eu não posso extrapolar o limite de oito horas, para uma jornada de 12”, completou.