O Dezembro Laranja e o câncer de pele

11-12-2020

A campanha Dezembro Laranja alerta para o câncer de pele, que é muito comum no Brasil, mas ainda recebe pouca atenção. O câncer de pele é o mais frequente no mundo e no Brasil. O sol é bom para a saúde (necessário na produção de vitamina D), mas, em excesso, pode provocar envelhecimento precoce, lesões nos olhos e câncer de pele.

O câncer de pele é conhecido, popularmente, como uma ferida que nunca cicatriza. O dito popular tem a sua sabedoria e muita verdade, porém o câncer de pele pode se apresentar em diversas outras formas. Pode se manifestar como uma verruga, uma ferida, uma verruga com uma ferida no centro, um nódulo escurecido ou peroláceo (lembrando uma pérola pelo caráter brilhante).

Existem basicamente 3 tipos de câncer de pele, um extremamente agressivo e que corresponde a aproximadamente 3 a 4% dos cânceres de pele, denominado melanoma. Os dois outros tipos são menos agressivos e conhecidos como câncer de pele não-melanoma: o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermóide ou espinocelular. Outros tipos mais raros e agressivos são o tumor de células de Merkel e o tumor das glândulas da pele (carcinoma sebáceo e o carcinoma anexial microcístico). Estes deixaremos de fora, devido sua extrema raridade.

Como já discorrido, o melanoma é um câncer de pele bastante agressivo e raro (4% de todos de cânceres de pele), que pode-se manifestar não só na pele, mas também em mucosas, como a mucosa jugal, glande, vagina, etc. Tem grande probabilidade de metastatizar para outros órgãos através dos vasos linfáticos e do sangue. O padrão ouro no seu tratamento é ressecção cirúrgica com margens livres e o devido tratamento da bacia linfonodal, se critérios estiverem presentes. Novas drogas têm revolucionado o tratamento do melanoma metastático, com aumento de sobrevida em um número crescente de pacientes.

O carcinoma basocelular é um tumor indolente. Raríssimas vezes emite metástases através da via sanguínea. A metástase linfonodal também é rara. Seu comportamento é de um crescimento relativamente lento. O carcinoma epidermóide ou espinocelular é outro câncer de pele não-melanoma, um pouco mais agressivo que o carcinoma basocelular, principalmente em termos locorregionais, também pode assumir várias formas: verrugas pigmentadas ou não, úlceras e diversos outros aspectos. O resultado definitivo é evidenciado no laudo anátomo-patológico. O Tratamento padrão ouro é cirúrgico, com ressecção radical de toda a lesão com margens de segurança livres de neoplasia (pele saudável). Não há necessidade de exploração linfonodal, visto a pouca chance de disseminação nodal destas neoplasias. A exceção é o linfonodo palpável, que levará a toda uma investigação suplementar.

A prevenção da doença é extremamente fácil. A primeira providência é evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h. Procurar lugares com sombra e utilizar método de barreira (camisas UV), chapéus, bonés, filtro protetor solar (hoje já em várias apresentações, como cremes, géis e sprays), além de realizar toda inspeção da pele e frequentar com regularidade o consultório do dermatologista. As lesões maiores ou com disseminação linfática, ou metastática deverão ser encaminhadas ao cirurgião oncológico para o tratamento radical curativo.

Artigo elaborado por: Dr. André Luís Lopes de Carvalho (CRMEB nº 14.585), cirurgião oncológico.

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