Agosto Laranja: a importância de diagnóstico da Esclerose múltipla 

12-08-2021 

Agosto Laranja é uma campanha que visa se aprofundar no assunto de Esclerose Múltipla (EM), o intuito de informar a todos a respeito da importância do diagnóstico precoce e sua relação com qualidade de vida de quem convive com a doença. 

Para quem nunca ouviu falar sobre a Esclerose Múltipla, seus primeiros sintomas e sinais podem passar despercebidos ou até mesmo confundido com outras questões de saúde. 

Hoje, a EM é a doença neurológica que mais afeta jovens adultos no mundo, sendo na sua maioria mulheres. O assunto é colocando em pauta anualmente no Dia Nacional de Conscientização sobre Esclerose Múltipla, 30 de agosto. Durante todo mês, o laranja passou a ser usado por organizações, pessoas com a doença e apoiadores para dar visibilidade à causa. 

A importância de falar sobre a doença 

A EM começa com um processo de inflamação crônica. Nele, a membrana que envolve os neurônios responsáveis pela condução dos impulsos elétricos do cérebro, medula espinhal e nervos ópticos 4, chamada bainha de mielina, é destruída. Podemos imaginar a bainha de mielina como a capa que envolve um fio condutor de eletricidade. Em boas condições, ela protege a transmissão dos impulsos elétricos. 

No mundo, estimativas apontam que existam 2,2 milhões de pessoas com EM. Já no Brasil, estudos mostram que existem cerca de 35 mil pessoas com a doença (ou 15 pacientes para cada 100 mil habitantes). A incidência é maior entre as mulheres: para cada três mulheres com EM, há um homem afetado. 

Quais são os sintomas? 

Os sinais e sintomas da esclerose múltipla variam de acordo com o estágio da doença, podendo, inclusive, deixar a pessoa incapacitada. Os principais são:

  • Fadiga;
  • Dificuldade em andar;
  • Dificuldade de equilíbrio e de coordenação motora;
  • Problemas de visão, como visão dupla, visão borrada e embaçamento;
  • Incontinência ou retenção urinária;
  • Dormência ou formigamento em diferentes partes do corpo;
  • Rigidez muscular e espasmos;
  • Problemas de memória, de atenção e para assimilar informações.

Os sinais e sintomas de esclerose múltipla podem aparecer e desaparecer periodicamente ou piorar de forma progressiva. As alterações provocadas pela doença são semelhantes a outros problemas neurológicos. Então, ter um ou mais dos sinais e sintomas relacionados não significa que a pessoa tem esclerose múltipla. Por isso, é muito importante consultar um médico para ter o diagnóstico correto e a indicação do melhor tratamento para o caso.

Tipos de Esclerose Múltipla 

Esclerose múltipla remitente-recorrente (EMRR) – corresponde a cerca de 85% dos casos. É caracterizada por períodos de melhora, chamadas de remissão, e piora que podem durar dias, semanas ou até anos. Geralmente ocorrem nos primeiros anos da doença com recuperação completa e sem sequelas. Em um prazo de cerca de 10 anos, metade das pessoas com EMRR desenvolverão o segundo tipo da doença.

Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP) – neste caso, as pessoas não se recuperam totalmente das crises, também chamadas de recaídas, e acumulam sequelas ao longo dos anos. Ocorre perda visual definitiva ou maior dificuldade para andar, por exemplo. Pode ser necessário ter ajuda para se movimentar e locomover e ser necessário o uso de bengala ou cadeira de rodas.

Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP) – é caracterizada pela piora gradativa das crises.

Esclerose múltipla progressiva com surtos (EMPS) – a doença age de forma mais rápida e agressiva. Ocorre, paralelamente, a progressão do processo desmielinizante e o comprometimento de estruturas do cérebro.

Tratamento da doença 

Não há cura para a esclerose múltipla, mas existe tratamento. Quanto antes começar, mais qualidade de vida a pessoa pode ter. Veja alguns tratamentos de esclerose múltipla:

Corticoides – ajudam a inibir a ação do sistema imunológico. Geralmente, são administrados em curtos períodos para amenizar sintomas, como perda de visão, de força ou de coordenação. Os corticoides podem ser orais ou injetados diretamente na veia, de acordo com a necessidade de cada caso.

Medicamentos para controle do sistema imunológico – dificultam o ataque das células de defesa à mielina e ajudam a evitar crises.

Apenas o médico é capaz de definir o tipo de tratamento mais adequado para cada pessoa. Mas existem hábitos e práticas que podem amenizar os sinais e sintomas da esclerose múltipla, tais como:

  • Exercícios físicos – pedalar, caminhar, nadar e se alongar, por exemplo, auxiliam na saúde cardiovascular, muscular e psicológica.
  • Fisioterapia – melhora o equilíbrio, a capacidade de caminhar e o nível de mobilidade. Procure caminhar sozinho sempre que puder. Isso ajuda na sua qualidade de vida e evita a depressão.

É muito importante consultar o médico antes de começar qualquer tipo de exercício físico. Ele deve orientar quais tipos de exercícios são indicados para cada caso e se há algum impedimento, além de orientar sobre a frequência e a intensidade deles. Isso evita o surgimento de outros problemas e até o agravamento de algum sinal ou sintoma da doença.

*Ingrid Santos

 

Previdência Social