Janeiro Roxo: precisamos falar de hanseníase

A Anasps apoia essa campanha!

O Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é comemorado sempre no último domingo do mês de janeiro. Em 2022, a data cai no dia 30 e o tema da campanha é: “Precisamos falar sobre hanseníase”. O objetivo da ação é chamar a atenção das pessoas para a doença, que tem tratamento e cura. Além disso, outra meta é evidenciar o preconceito que ainda é um dos grandes desafios no combate à hanseníase.

Em relação ao preconceito, é importante entender a hanseníase.  De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), essa é uma doença negligenciada.  “Isso transparece pela omissão de alguns tomadores de decisão e segmentos da indústria farmacêutica que não enxergam prioridade em sua prevenção e tratamento”, afirmou o SBD.

Ainda de acordo SBD, a hanseníase possui os seguintes sintomas:

  • Manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade dolorosa, térmica e tátil;
  • Sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros;
  • Perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração;
  • Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações;
  • Dor e espessamento nos nervos periféricos;
  • Redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés;
  • Caroços no corpo;
  • Pele seca;
  • Olhos ressecados;
  • Feridas, sangramento e ressecamento no nariz;
  • Febre e mal-estar geral.

 

Números

 

Segundo Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde no início de 2021, de todos os casos registrados nas Américas em 2019, 93% foram no Brasil. No mundo, cerca de 210 mil novos casos são reportados anualmente, dos quais, 15 mil são de crianças.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirma que a hanseníase é encontrada em 127 países, com 80% dos casos na Índia, Brasil e Indonésia (dados de 2018).

Transmissão

Para que haja contaminação é necessária uma exposição prolongada à bactéria e, dentre os infectados, apenas uma pequena parcela realmente adoece e desenvolve sintomas. Sua transmissão ocorre através das vias aéreas superiores, por contato com gotículas de saliva ou secreção nasal.

Os primeiros sintomas podem levar de dois a sete anos para aparecerem. Portanto, trata-se de uma doença crônica de evolução lenta. A transmissão se dá por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente que não esteja em tratamento (iniciado o tratamento, não é mais transmitida).

Qualquer pessoa, de qualquer sexo ou idade, pode ter hanseníase. Contudo, em razão de centenas de estudos realizados, hoje se sabe que existe, sim, um componente genético associado à doença (o que torna algumas pessoas mais suscetíveis a ela). Desta forma, o entendimento da comunidade médica é que parentes de pessoas com a doença têm mais chance, proporcionalmente, de contrair.

Quando curados, os pacientes de hanseníase podem ter sequelas que vão desde a diminuição da sensibilidade no local das lesões até deformidades e incapacidades físicas irreversíveis, quando a condição atinge níveis mais graves.

Tratamento

É importante deixar claro que a hanseníase é uma doença curável, porém pode ser transmitida e deixar sequelas se o diagnóstico demorar muito para ser feito.

O tratamento é gratuito, fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível nas UBS. Além disso, o tratamento é ambulatorial, ou seja, não precisa de internação hospitalar, e é feito com antibióticos em comprimidos, com duração média entre 6 a 12 meses, com acompanhamento na UBS.

Logo no início do tratamento a doença não é mais transmitida, evidenciando a necessidade de diagnosticar e tratar rapidamente o paciente, tanto para prevenir complicações, quanto para evitar a transmissão. Não se deve fazer qualquer tipo de isolamento ou algo parecido.

Em caso de diagnóstico confirmado para hanseníase, a orientação do SBD é que as pessoas com as quais mantém contato próximo e regular (familiares, amigos, colegas de trabalho) a também irem ao médico para serem examinadas.

As melhores formas de prevenção do surgimento de novos casos e de evitar as sequelas são: o diagnóstico e tratamento adequado dos pacientes, o exame das pessoas que convivem e conviveram nos últimos anos com o paciente, especialmente as que moram na mesma casa e/ou tenham contato muito próximo.

Desconhecimento sobre a doença faz surgir preconceitos que só dificultam o adequado controle da hanseníase.

Cuide-se. A Anasps apoia essa campanha!

*Com informações de: SBD; Canaltech; Unifesp; Agência Brasil; Correio Braziliense

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