Ipea destaca impacto social do CPNU em seminário

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi um dos órgãos participantes do Seminário Internacional de Concursos Públicos, promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e acompanhado pela Anasps. O evento reuniu especialistas para discutir inclusão, desafios e inovações na seleção de novos servidores.

Durante o encontro, o técnico Carlos Corseuil, da Diretora de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, apresentou dados sobre o impacto social e salarial do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que teve 970 mil inscritos e provas em 228 cidades: “Para boa parte dos candidatos aprovados, a mobilidade social é expressiva – em especial para pretos/pardos/indígenas e do sexo feminino”.

O levantamento mostrou ainda que, para 71,8% dos aprovados, a remuneração no serviço público será superior a anterior. Em média, os salários aumentaram 2,1 vezes – chegando a +2,48x entre mulheres pretas/pardas/indígenas. “Além de fomentar a mobilidade dos candidatos, o CPNU desempenha um papel distributivo”, disse Corseuil.

A análise considerou 6.719 candidatos aprovados para 173 cargos. Segundo a ministra Esther Dweck, 33% dos aprovados pertencem a grupos com direito às cotas, superando o piso previsto: “Entre pessoas negras, com deficiência e indígenas, tivemos 33% de aprovados, que é acima do percentual mínimo”, afirmou.

Já o secretário de Gestão de Pessoas do MGI, José Celso Cardoso Jr., reforçou: Os resultados iniciais mostram que demos um passo para construir uma burocracia mais representativa”. Segundo ele, houve ao menos um inscrito no concurso em cada um dos 5.555 municípios brasileiros, e aprovados em 908 cidades.

No seminário, também foi lembrada a nova Lei de Cotas, sancionada recentemente, que amplia de 20% para 30% a reserva de vagas para pretos, pardos, indígenas e quilombolas. “Essas políticas transformaram e seguirão transformando a realidade das universidades e do serviço público”, disse Roberta Eugênio, secretária-executiva do Ministério da Igualdade Racial.

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