Ex-presidente do BC sugere congelamento do salário-mínimo por seis anos para conter gastos da Previdência

O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC), defendeu uma proposta controversa durante a Brazil Conference, realizada em 12 de abril, nos Estados Unidos: congelar o salário-mínimo em termos reais por um período de seis anos como forma de controlar o crescimento das despesas da Previdência Social.

“O gasto com a Previdência está completamente fora do controle, piora de forma assustadora”, afirmou Fraga. Segundo ele, manter o salário-mínimo sem aumento real ajudaria a conter essas despesas e contribuiria para o ajuste fiscal. “Isso ajudaria muito no ajuste. O salário-mínimo impacta diretamente os gastos previdenciários”, explicou.

A proposta, no entanto, tem gerado questionamentos por seus possíveis efeitos sociais. O salário-mínimo serve como base para o pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios como o BPC e o abono salarial, além de representar a principal fonte de renda para milhões de trabalhadores e aposentados. Em um país onde grande parte da população ativa recebe até um salário-mínimo, o congelamento em termos reais pode significar perda de poder de compra para uma parcela significativa da população.

Fraga também criticou a estrutura atual do orçamento público. “As prioridades estão completamente erradas”, disse. Para ele, há uma “captura do orçamento” por grupos de interesse que dificultam reformas e a revisão de gastos.

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