O país não deve conseguir economizar recursos para pagar os juros da dívida pública, pelo terceiro ano consecutivo. A meta do resultado primário passou por alterações e hoje permite que o governo feche as contas com um déficit de até R$ 170 bi. Essa foi a avaliação feita ontem no programa Entre Vistas da TV Senado. Apesar dessa situação alarmante, especialistas apresentaram possíveis soluções para superar a crise econômica.

Durante o programa o professor de Economia do Ibmec, Rafael Pires, destacou que as regras para o aumento de impostos estão previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas que esse será o último recurso utilizado para recompor a economia. “As medidas que foram adotadas até o momento têm por objetivo conter as despesas, que vêm crescendo em um ritmo acelerado”, afirmou.

Pires destacou que com a revisão desse ano, o governo já revogou o contingenciamento que havia sido feito no governo anterior, que ampliou outras despesas, como o reajuste dos servidores públicos.

A meta fiscal prevista para este ano, é de um déficit primário de R$ 170 bi.

No debate, o consultor de orçamento do Senado Federal, Luiz Otávio Barroso, apontou algumas medidas de ajuste fiscal que estão tramitando no Senado Federal e Câmara dos Deputados, com o objetivo de melhorar a crise.

Entre elas está a Desvinculação das Receitas – mecanismo que permite ao governo federal usar livremente 20% de todos os tributos federais. Outra medida é a de limitação dos gastos públicos, criando um teto de acordo com o nível de inflação apurado em cada ano. “A evolução das receitas públicas ocorre tanto pelo crescimento real da economia, ou seja, do PIB e também por um efeito inflacionário. A ideia é de que as despesas sejam limitadas à evolução da inflação”, esclareceu Barroso.