A Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) denunciou o diretor de Governança, Planejamento e Inovação (Digov) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Ismênio Bezerra, por uma frase na qual ele associou a depressão de servidores a “não querer trabalhar”.

A denúncia foi protocolada junto à Comissão de Ética e à Corregedoria do INSS; à Comissão de Ética Pública (CEP), vinculada ao Palácio do Planalto; e ao Ministério da Previdência Social.

A frase teria sido dita durante uma reunião entre representantes da Fenasps e do INSS para tratar de assuntos relacionados à compensação da greve de 2024, realizada no último dia 23 de janeiro. Durante esse encontro, o diretor teria dito que “quem está com depressão é porque não quer trabalhar”.

“Tal episódio é ainda mais alarmante uma vez que o próprio INSS se inclui na campanha do “Janeiro Branco”, para conscientização da importância dos cuidados relativos à saúde mental, enquanto um membro da Direção Central da autarquia, sem qualquer pudor ou empatia, desqualifica os trabalhadores da Carreira do Seguro que, apesar de todos os problemas estruturais amplamente conhecidos, têm se dedicado diuturnamente em prestar atendimento à população que depende do INSS para sobreviver”, afirmou a Federação.

Ao portal Metrópoles, Ismênio afirmou que as falas foram retiradas de contexto em razão de uma reunião híbrida na qual ele teria participado somente do final.

O diretor rebateu críticas ao novo Programa de Gestão e Desempenho (PGD) do INSS, considerado nocivo à saúde mental dos servidores: “A depressão é um transtorno complexo, com causas multifatoriais reconhecidas pela comunidade médica e científica, e não pode ser atribuída a situações hipotéticas ou políticas ainda em planejamento. A tentativa de estabelecer essa correlação é infundada e desrespeita a seriedade do tema”, afirmou, em nota.

O Ministério da Previdência Social e o INSS não se pronunciaram quanto à denúncia contra o diretor Ismênio Bezerra até o fechamento desta nota.