Com receio de ter perdas com a mudança das regras do sistema previdenciário, os trabalhadores que já preenchem os requisitos para requerer a aposentadoria correm contra o tempo. Em apenas sete meses deste ano, 33,2 mil pessoas ingressaram no sistema previdenciário. O que significa um crescimento quase oito vezes maior que a média apresentada desde o ano de 2013.

O perigo é que os ajustes pretendidos pelo governo federal com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 e a reforma da Previdência surtam efeito contrário: ao invés de frear os gastos o governo tenha que desembolsar valores para arcar com o atual sistema contributivo solidário. Isso porque os trabalhadores temem ter dificuldades para se aposentar, caso esperem a alteração no sistema ou mesmo que possam ter grandes perdas nos valores dos benefícios.

Os dados têm demonstrado que desde a afirmação do presidente Michel Temer fazer a reforma a toque de caixa, a quantidade de trabalhadores que ingressaram com o pedido de aposentadoria aumentou substancialmente. Em todo o ano passado, 7,3 mil trabalhadores ficaram inativos. Se considerarmos apenas as 33,2 mil aposentadorias em sete meses deste, houve um acréscimo de 25,9 mil pessoas.

O aumento de despesas da União vai ser elevado, em torno de R$ 2,7 bi, de acordo com o economista e consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados. E ainda é preciso considerar que existem servidores públicos ativos que já estão em condições de se aposentar e, segundo Rolim estima, chega a 20% do pessoal atual na ativa. O impacto nas contas seria profundo.