ANASPS/ON LINE – Ano XVI, Edição nº 1.723

Informativo Semanal da Diretoria Executiva da ANASPS

 

Sem votação da reforma da Previdência, governo define pauta alternativa. ]Uma das propostas é a redução da desoneração da folha de contribuição da folha, duas vezes derrotada pelo Congresso

 

19/02/2018 20h59 Brasília Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil

 

Ministros e líderes do governo no Congresso anunciaram na noite de hoje (19) a pauta prioritária do governo. Com a decisão pela intervenção federal no Rio de Janeiro, que impossibilita a votação de qualquer proposta de emenda à Constituição, como é o caso da reforma da Previdência, o governo elencou 15 pontos considerados importantes para o país do ponto de vista fiscal e econômico.

 

Dentre os pontos colocados estão a simplificação tributária (reforma do PIS/Cofins); o marco legal de licitações e contratos; o programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais; a desestatização da Eletrobras e a nova lei de finanças públicas.

 

O ministro Eliseu Padilha diz que a decisão foi tomada pela impossibilidade de tramitação da reforma durante a intervenção no Rio. Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a decisão foi tomada pelo presidente Michel Temer após constatada a impossibilidade de tramitação da reforma durante a intervenção no Rio de Janeiro.

 

“O presidente, à luz das ponderações, tivemos que concluir que não se poderia iniciar a discussão que tínhamos programado para hoje, da reforma da Previdência […]. Diante disso, o presidente solicitou e, tanto os líderes e os presidentes do Senado e da Câmara, elencaram o que poderia ser uma pauta micro e macroeconômica, para nós passarmos imediatamente a trabalhá-las”, disse Padilha.

 

De acordo com o senador Romero Jucá (MDB-RR), os presidentes da Câmara e do Senado farão um “esforço concentrado” a partir do mês que vem para tramitar todos os temas da pauta prioritária, a pouco mais de dez meses para o fim do governo: “Na verdade, há uma consciência por parte das lideranças políticas que formam a base de que vai ser preciso elencar um esforço e definir um ritmo muito forte de votação. Mas isso será feito”.

 

“Esses 15 pontos definem uma prioridade política e econômica. A reforma não pode ser votada, mas existem pontos que vão melhorar o ambiente fiscal, de negócios, que dará condições para o país responder no que diz respeito às transformações”, acrescentou o senador, líder do governo na Casa.

 

Reforma da Previdência não é descartada

Os ministro e líderes negam que a reforma da Previdência esteja enterrada. Para Padilha, é possível aprová-la em outubro, após as eleições. Ele entende que os parlamentares que hoje não votam com o governo podem mudar de ideia caso não sejam reeleitos. Já o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirma que “as condições políticas [para aprovação da reforma] virão com a eleição de outubro”.

Confira a Pauta Prioritária do governo anunciada hoje:

 

Novas propostas de ajuste têm efeito mais imediato que reforma, diz Meirelles

 

  1. Reforma do PIS/COFINS – Simplificação Tributária
  2. Autonomia do Banco Central
  3. Marco legal de licitações e contratos – Projeto de Lei (PL) 6814
  4. Nova lei de finanças públicas – PL 295
  5. Regulamentação do teto remuneratório – PL 6726
  6. Desestatização da Eletrobras – PL 9463
  7. Reforço das Agências Reguladoras – PL 6621
  8. Depósitos voluntários no Banco Central – PL 9248
  9. Redução da desoneração da folha – PL 8456
  10. Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais – PL 9215
  11. Cadastro positivo – PLP 441
  12. Duplicata eletrônica – PL 9327
  13. Distrato – PLS 774
  14. Atualização da Lei Geral de Telecomunicações
  15. Extinção do Fundo Soberano

Edição: Denise Griesinger

 

 

Governo desiste da votação da Previdência e anuncia nova pauta prioritária no Congresso

Após suspensão da tramitação da reforma da Previdência, governo vai investir em outros projetos como a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.

 

Por Guilherme Mazui e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo, Brasília

19/02/2018 19h53 Atualizado há 12 horas

Governo admite que reforma da Previdência não vai ser votada

 

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou nesta segunda-feira (19) uma lista de 15 projetos na área econômica que o governo tentará aprovar no Congresso Nacional, já que a tramitação da reforma da Previdência foi suspensa em razão de decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro.

 

A legislação proíbe, durante vigência de intervenção federal, a aprovação de emendas à Constituição. A reforma da Previdência foi apresentada como uma PEC e a intervenção no Rio, na área de segurança pública, tem previsão de durar até 31 de dezembro deste ano.

 

O anúncio foi feito em entrevista concedida no Palácio do Planalto. Entre os projetos, constam a regulamentação do teto remuneratório, a privatização da Eletrobras e a autonomia do Banco Central.

 

Pauta prioritária do governo:

Reforma do PIS/Cofins e a simplificação tributária

Autonomia do Banco Central

Marco legal de licitações e contratos

Nova lei de finanças públicas

Regulamentação do teto remuneratório

Privatização da Eletrobras

Reforço das agências reguladoras

Depósitos voluntários no Banco Central

Redução da desoneração da folha

Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais

Cadastro positivo

Duplicata eletrônica

Distrato

Atualização da Lei Geral de Telecomunicações

Extinção do Fundo Soberano

 

Além de Padilha, participaram da entrevista os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo Oliveira (Planejamento) e Carlos Marun (Secretaria de Governo). Os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, no Senado, Romero Jucá, e no Congresso, André Moura, também participaram.

 

Segundo Padilha, o governo definiu a nova pauta a partir das falas dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, sobre a suspensão da tramitação da reforma da Previdência.

 

“Tivemos que concluir que efetivamente não se poderia iniciar a discussão que nós tínhamos programada para dia 19, a discussão da reforma da Previdência e nem poderíamos encaminhar votação”, disse Padilha.

 

 

Reforma adiada

 

O ministro Carlos Marun reconheceu a possibilidade de votação da reforma da Previdência depois da eleição de outubro.

 

“A eleição de outubro pode oferecer as condições politicas para que venhamos a votar a reforma da Previdência”, afirmou Marun.

 

O ministro Eliseu Padilha negou troca de interesses e disse que o governo não está fugindo da reforma da Previdência.

“Não está vinculada a questão da intervenção com a votação. Não houve troca de interesses. Não houve uma fuga do enfrentamento da votação da reforma”, disse Padilha.

 

De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a pauta da Previdência continua “prioritária” e “fundamental”.

“A ideia é que a previdência continua como uma agenda de reforma para o pais e ela é a mais importante para o setor fiscal”, afirmou Meirelles.

 

Previdência Social