ANASPS MOSTRA CRESCIMENTO DA DEMANDA POR BENEFICIOS DO INSS.
CRESCEM INFEDERIMENTOS E REPRESAMENTO. FALTAM MAIS SERVIDORES

O vice presidente executivo da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social, Paulo César Régis de Souza , disse hoje que foi menor do que se esperava, 9,18%, a redução dos requerimentos de benefícios previdenciários e assistenciais no INSS em 2015, face a greve dos servidores e dos médicos peritos. Em 2014, 8.625.968 pedidos de benefícios deram entrada no INSS. Em 2015,  7.834.461 deram entrada. O número de indeferimentos e de  represamentos cresceu.

“Na realidade, desde 2003 que assistimos evolução constante a demanda por benefícios  na Previdência Social, especialmente pelo crescimento a massa salarial, do nível de emprego, das condições de saúde e do envelhecimento da população. Tudo cresceu menos o número de servidores para atender a demanda, disse.  Em 2003, 4,1 milhões de pedidos de benefícios deram entrada no INSS. Em 2004, houve uma redução de 19,3% com 3,3 milhões. Em 2005, houve crescimento de 25,30%  com 4,2 milhões. Em 2006. Houve uma  explosão de demanda, com crescimento de 66,9%, chegando a 7,0 milhões  Desde então, vem crescendo chegando a 8,7 milhões em 2013.

Paulo Cesar assinalou que o fato do segurado requerer um benefício, sejam aposentadorias, pensões e auxílios,  não significa que serão atendidos, ressaltando o zelo dos servidores, apesar do emaranhado de leis que são obrigados a consultar e o temor de cometer alguma fraude, tem contribuído para o indeferimento de parcela considerável das solicitações. Assim, entre 2007 e  2013, os indeferimentos anuais superaram a casa de 3,0 milhões. Em 2005, por exemplo para 7,8 milhões de requerimentos registrou 2,6 milhões de indeferimentos.Ressaltou que no final de dezembro havia 1,1 milhão de benefícios represados.

“Infelizmente, muita gente desconhece o papel dos servidores do INSS na concessão de benefícios. É preciso proceder com muita acuidade para evitar erros, irregularidades e fraudes. Neste momento, é verdade, que 10 mil servidores do INSS em condições de se aposentar,  continuam trabalhando e recebendo abono de permanência. Se se aposentassem, eles teriam seus vencimentos reduzidos em 80%, já que não incorporam as gratificações,além do que o INSS sofreria um grave revés no atendimento  Isto contribui para  que erros não sejam  cometidos pois todos os segurados só dizem que  foram atendidos nos seus pleitos, mas não as razões das negativas.

Paulo César afirmou que maior parte dos requerimentos e dos indeferimentos dizem respeito aos beneíicios por incapacidade, especialmente auxílios doença, que superaram as demandas de aposentadorias e pensões. Em 2014, 8,6 milhões de benefícios deram entrada no INSS, sendo 4,7milhoes por incapacidade, dos quais 3,0 milhões foram concedidos e 1,7 milhões foram indeferidos. Em 2015, para 7,8 milhões de requerimentos, sendo 4,0 milhões por incapacidade, apesar das greves dos servidores e dos médicos peritos, por melhores salários, condições de trabalho, foram concedidos 2,3 milhões  e 2,6 milhões foram indeferidos.

“Infelizmente , os indeferimentos se dao mais por pressão fora do INSS. Há uma “cultura” que induz os segurados a pressionar por benefícios por incapacidade, mesmo estando em condições de trabalhar. Alias, foi esta “cultura” que levou o Seguro Desemprego a sofre um baque e que ameaça o equilibriodo INSS, especialmente através do auxilio doença”, comentou Paulo César.

Brasília, 20.04.2016
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