Anasps acompanha debate das negociações salariais dos servidores públicos federais

A Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (12), às 13h, uma audiência pública sobre as negociações salariais entre o governo federal e os servidores públicos. O debate foi solicitado pela deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e ocorreu no plenário 8 da Câmara. A Anasps marcou presença e acompanhou todo o debate.

Em entrevista exclusiva à Anasps TV, a deputada Alice Portugal, falou sobre os impactos do aumento salarial nas condições de trabalho e as medidas fiscais necessárias para garantir a valorização dos trabalhadores do setor público. Para Alice, os avanços são importantes, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para garantir um serviço público robusto e alinhado aos interesses da população.

“Sem dúvida, é necessário que, através de planos de carreira negociados e reajustes salariais, sejam também tratados de acordo com as perdas de cada categoria. Isso só fortalecerá o atendimento às demandas do setor público e melhorará o ânimo de trabalho dos servidores que ficaram represados há muitos anos com salários defasados”, disse a deputada.

Alice Portugal também abordou a difícil tarefa de equilibrar o aumento salarial com a responsabilidade fiscal, destacando que o ajuste fiscal não pode afetar os direitos dos mais vulneráveis.

“É uma tarefa árdua porque o Brasil foi desconstruído. Sabemos que vem aí um pacote de medidas de ajuste fiscal, mas essas medidas não podem recair sobre os direitos dos que mais precisam. Quando você atende um paciente em um hospital ou um estudante em uma escola pública, isso não pode ter cortes, não pode ser contingenciado”, acrescenta.

Sobre a necessidade de um ajuste fiscal mais justo, Alice defendeu que ele deveria ser feito de maneira a atingir as grandes fortunas e os ricos, em vez de penalizar o setor público, que presta serviços essenciais à sociedade.

“Esse ajuste fiscal tem que ser feito sobre os ricos, sobre as grandes fortunas, sobre aqueles que já têm isenção fiscal há muitos anos e não merecem mais esse privilégio, não sobre o setor público que serve à sociedade”, disse.

Por fim, a parlamentar falou sobre as ações do governo para valorizar o serviço público, reconhecendo avanços, mas apontando a necessidade de mais investimentos e uma reestruturação mais profunda.

“O que veio, veio muito positivamente, mas ainda falta muito para chegarmos ao Estado ideal que sirva a nação brasileira como nação, como povo. Ainda precisamos fazer novas imersões para definir um modelo de Estado que esteja completamente voltado para a soberania nacional e os interesses do povo brasileiro”, finaliza.

Nos últimos anos, o tema da valorização e das condições de trabalho dos servidores públicos tem gerado muitos debates, especialmente após os desafios enfrentados pelos trabalhadores durante o governo anterior.  Em entrevista exclusiva, Rudinei Marques, presidente do Fonacate, avalia as recentes medidas do governo sobre o aumento salarial e a valorização do serviço público. Embora reconheça avanços significativos, Rudinei destaca que as negociações salariais não foram tão bem conduzidas quanto o esperado. Além disso, ele enfatiza a necessidade urgente de reposição de pessoal no Executivo Federal, um dos maiores desafios que o governo enfrentará nos próximos anos.

“Após quatro anos de salários congelados no governo anterior, consideramos que o governo atual trouxe um divisor de águas nas relações de trabalho. No entanto, as negociações deste ano foram mal conduzidas e os trabalhadores do setor público, principalmente no Executivo Federal, sairão frustrados”, declara Rudinei.

“Uma das necessidades mais urgentes do serviço público é a reposição de pessoal. Estamos enfrentando o quadro de servidores mais reduzido das últimas duas décadas, e até 2030, 180 mil servidores federais estarão aptos para se aposentar. Precisamos urgentemente de um plano de reposição, com pelo menos dois concursos anuais para recompor o quadro do Executivo Federal”, complementa Rudinei.

Os temas ainda serão discutidos por parlamentares e entrará em votação o mais urgente possível, para que as mudanças e queixas dos trabalhadores sejam ouvidas.

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